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Eventos como ‘Anime Friends 2025’ se adaptam para incluir visitantes PCDs e neurodivergentes

A diversidade nos festivais é essencial para garantir que todos se sintam acolhidos, representados e tenham acesso a esses espaços

Eventos como ‘Anime Friends 2025’ se adaptam para incluir visitantes PCDs e neurodivergentes
Eventos como ‘Anime Friends 2025’ se adaptam para incluir visitantes PCDs e neurodivergentes (Foto: Reprodução)

Por Victoria Marques


Acessibilidade tem se tornado cada vez mais presente nos grandes eventos. As pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes – termo que se refere à indivíduos que têm comportamentos, formas de se comunicar e aprendizagem diferentes do que a sociedade considera comum, como pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – conseguem participar das atrações e se sentirem acolhidas dentro desses espaços. Eventos como a “Anime Friends” passaram a se adaptar para que todos possam aproveitar ao longo dos quatro dias de festival.
Antônio de 13 anos é autista nível 2 de suporte, ama Turma da Mônica, e esteve no evento com sua mãe, Sueli Rocha. Ela conta que a experiência foi boa e sentiu bastante apoio por parte do festival: “Eu achei bem legal, logo que a gente chega já no estacionamento tem várias pessoas de apoio ao autista. Então, a primeira impressão é que está muito bom”.
Para que esse público tenha uma boa experiência, a edição de 2025 trouxe pela segunda vez uma sala especial para quem possui TEA, como explica Kenji, que faz parte da equipe desse espaço: “Um evento grande assim, tem muito estímulo visual, sonoro e muita gente. Então é para o público neurodivergente, para o pessoal autista”. Ele explica que a entidade de assistência às pessoas com necessidades especiais empresta protetores auriculares e cartões de identificação para as deficiências ocultas.
Na área aberta, tem puffs para os participantes descansarem com almofadas, tartarugas de pelúcia e outros itens com estímulos sensoriais, além de um ambiente preparado para fazer a imersão. Segundo Kenji, no ano anterior, em média, 200 acolhimentos foram realizados, e nessa edição a área está melhor localizada, próximo ao atendimento de saúde.
Para o profissional, pessoas que não possuem TEA podem acessar essa área, mas o respeito é sempre necessário. “Não tem problema nenhum você se sentir claustrofóbico ou estar estressado. Se tiver muita gente vindo, é melhor dar espaço para eles (autistas)”.


Inclusão
Existem outros meios de tornar o ambiente mais acessível, como rampas e espaços adequados para cadeirantes, e na bancada de informações os atendentes também se comunicam com Libras (Linguagem Brasileira de Sinais). Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil existem mais de 18 milhões de pessoas com deficiência a partir dos 2 anos, o que equivale a 8% da população brasileira.
Alan Silva se acidentou poucos dias antes do evento, mas afirma que isso não o impediu de aproveitar o dia: “Eu fui tratado bem, me colocaram na frente, não tive dificuldade nenhuma para entrar no evento”.
Miguel Paris é cadeirante e apontou que o traslado que o evento disponibiliza e os banheiros foram acessíveis para ele: “Deu para pegar o ônibus direitinho, e a questão dos banheiros aqui está tranquilo. Eu acho bem legal”.


Big Ocean
Entre tantas formas de praticar a inclusão, uma delas foi o show do Big Ocean, o primeiro grupo de Kpop composto por integrantes com deficiência auditiva, que esteve pela primeira vez no Brasil no dia 3 de julho. O grupo participou de diversas atividades no evento. O trio composto por Chan-yeon, PJ e Jiseok estreou em 2024 e utiliza linguagem de sinais coreana, americana e internacional nas coreografias.
Outro diferencial do boy group é o uso de relógios de pulso que vibram com as batidas das músicas e um metrônomo visual que também sincroniza com as batidas das canções em suas apresentações.

A Central de Notícias da Rádio Jaraguá é uma iniciativa do Projeto “Temporal: uma ameaça aos povos originários do Brasil”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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